sexta-feira, 18 de setembro de 2009

José Joaquim Leite Guimarães

Barão de Nova Sintra (1808 - 1870)

Nasceu a 21 de Julho de 1808, na freguesia de S. João de Pencelo, perto da cidade de Guimarães, filho de António José de Faria e de Custódia Maria de Machado.

Os seus pais, na qualidade de proprietários rurais, dedicavam-se à agricultura, dando assim continuidade à ascendência de ambos os lados.

Desde muito cedo, com apenas onze anos viu-se forçado a abandonar a sua terra natal e partir em direcção ao Porto, para se iniciar na vida do trabalho. Começou por se empregar numa casa de comércio como caixeiro, onde permaneceu até aos 17 anos, idade com que emigra para a cidade do Rio de Janeiro no Brasil.

Casou pela primeira vez, em 1840, com D. Mariana de Casal Ramos, de nacionalidade brasileira. Deste casamento, que foi curto, nasceram dois filhos que morreram muito cedo.

Casou pela segunda vez no Rio de Janeiro com D. Albina Augusta de Araújo. Deste matrimónio nasceu uma menina que veio a falecer com apenas cinco anos de idade.

Em 1851, sendo já detentor de uma avultada fortuna decidiu abandonar definitivamente o Brasil e regressou à sua terra natal.

É pelo facto de ter comprado em 1852, junto de Lisboa, uma quinta designada de Nova Sinta, que em 8 de Abril de 1862 fica com o título honorífico de Barão de Nova Sintra.

Em 1863 procede à inauguração provisória de dois Estabelecimentos no Porto, sob a sua administração e sustento. Um deles, designado de Estabelecimento de Artes e Officios do Barão da Nova Cintra, o outro de Recolhimento Humanitário do Barão da Nova Cintra. Três anos volvidos inauguraram-se as instalações definitivas, com a designação de Estabelecimento Humanitário do Barão de Nova Sintra, sendo as despesas a ele referentes suportadas pelo seu fundador.

Com base num rascunho de sua autoria, manda redigir um extenso testamento, no qual dispõe dos seus bens a favor daqueles que o seu espírito lhe ditava. Mas o maior caudal da sua fortuna vai ser direccionado a favor dos mais desfavorecidos, tal como vários legados a instituições de caridade, doação ao Estabelecimento Humanitário e principalmente fazendo doação de todo o remanescente à Misericórdia do Porto.

Este grande benemérito veio a falecer a 3 de Junho de 1870 e foi sepultado num jazigo, por ele mandado construir, no cemitério do Prado Repouso.

O Estabelecimento Humanitário do Barão de Nova Sintra e a fábrica de sericultura (seda) que lhe era anexa exigiam uma cuidada administração, o que não fazia parte das atribuições dos testamenteiros. Por esse motivo, em 1 de Junho de 1871, fica a Misericórdia do Porto responsável pela administração destes dois estabelecimentos, mediante a assinatura do respectivo Auto de Posse. Sendo de salientar que o primeiro estabelecimento subsiste até à actualidade, sob a alçada da Misericórdia do Porto, com a designação de Colégio do Barão de Nova Sintra.

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